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Emdr Terapia para Tratamento de Traumas

Quando um trauma ocorre ele passa a interferir  em nossas vidas de forma direta ou indireta através de nossos comportamentos e atitudes. O trauma na maioria das vezes limita e empobrece nossa qualidade de relacionamentos interferindo diretamente em nosso bem estar e em nossa saúde emocional.

Existe uma gama de acontecimentos que podem causar um trauma, mas sua instalação está diretamente relacionada à capacidade emocional, que inclui preparo e maturidade do indivíduo para lidar com aquela situação assustadora; desta forma, uma ocorrência pode ser extremamente traumatizante para uma pessoa e ser mais facilmente elaborada por outra.

Podemos entender o trauma como uma experiência de natureza excepcionalmente ameaçadora ou catastrófica que põe em risco a segurança ou integridade física do paciente ou pessoa(s) amada, p.ex. catástrofe natural, acidente, assalto, sequestro, estupro ou outro crime, testemunhar a morte violenta de outros, ser vítima de tortura física ou emocional, sofrer mudança súbita e ameaçadora na posição social e/ou relações do indivíduo, tal como perdas múltiplas, etc.

São sintomas típicos de estresse pós-traumático, episódios de repetidas revivescências do trauma sob a forma de memórias intrusas (flashbacks) ou sonhos, algumas vezes ocorrendo embotamento emocional, afastamento de outras pessoas, evitação de atividades e situações que possam de alguma forma recordar o trauma.

O que é EMDR?

EMDR – Eye Movement Desensitization and Reprocessing
Dessensibilização e Reprocessamento através de Movimentos Oculares 

É uma forma de psicoterapia baseada em neuropsicologia. Considera a complexa interrelação entre circuitos  neurais específicos  e a Transgeracionalidade das informações (Bergmann, 2014). Mente e cérebro são entendidos como inseparáveis e em mútua relação. Propõe um modelo presumível de autocura emocional, amparada por um modelo teórico de base neurobiológica do Processamento Adaptativo da Informação – PAI (Shapiro 2018), que uma vez ativado possibilita que emoções e experiências sejam integradas, resultando em aprendizado e desenvolvimento de recursos pessoais. Com uma abordagem integrativa, a EMDR  correlaciona o trauma às patologias e a sintomas físicos e emocionais. Sustenta que memórias não processadas incluem emoções negativas e sensações físicas, que estavam presentes quando o evento traumático ocorreu. Desta forma a psicoterapêutica EMDR, se dedica a promover a reconsolidação fisiológica da memória que implica na transformação da memória original (Elsey et al., 2018).

Em 1987 Francine Shapiro, psicóloga americana, descobriu uma relação entre os movimentos oculares e a diminuição de pensamentos perturbadores. Sua curiosidade sobre o tema levou a inúmeras pesquisas sobre como os movimentos oculares poderiam processar lembranças traumáticas e diminuir o sofrimento humano. Em 1998 em seus estudos sobre Transtorno de Estresse pós-traumático (TEPT) com veteranos de guerra, correlacionou o trauma às patologias e sintomas físicos e emocionais. Desta forma o EMDR enquanto abordagem terapêutica, traz como enfoque a forma como as experiências e memórias são armazenadas. Shapiro descreveu o sistema de processamento de informação fisiológica na origem e no tratamento de problemas de saúde mental (Shapiro, 2001, 2014.) Ao longo dos últimos 30 anos a psicoterapia EMDR tem evoluído no sentido de se tornar uma abordagem terapêutica orientada pelo modelo de processamento de informação adaptativa e desde então tem sido apoiada por pesquisas demonstrando o papel desempenhado por eventos perturbadores de vida na gênese de muitas formas de conflitos emocionais. Sua eficácia foi comprovada em vários estudos. Em 2010, o EMDR foi reconhecido como abordagem psicoterapêutica baseada em evidências. Recebeu o mais alto selo de aprovação e garantia dado pelo NREPP -National Registry of Evidence based Programs and Practices (Substance Abuse & Mental Health Services Administration – Department of Health and Human Services/USA). A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda a abordagem para o tratamento de crianças, adolescentes e adultos com TEPT e incluiu o EMDR em diretrizes para a administração de transtornos que sejam especificamente relacionadas ao estresse. (Genebra, 2013).

Como Funciona o EMDR?

O  EMDR é um trabalho que exige profissional clínico devidamente capacitado e certificado pelo EMDR Institute, dos Estados Unidos, para sua implementação. Atualmente utilizamos além dos movimentos oculares, outras formas de estimulação bilateral, como a auditiva e a tátil. Para algumas pessoas estas formas dão melhores resultados.

O EMDR é um trabalho complexo que exige o conhecimento da história clínica do paciente, diagnóstico apropriado, desenvolvimento de uma relação empática terapeuta/cliente e a preparação do paciente para o EMDR em si. Os movimentos são realizados em conjunto com a psicoterapia para ajudar o cliente a integrar os traumas processados.
 
A teoria dos Movimentos Oculares Rápidos durante o sono (REM Rapid Eye Movement) é a mais relevante para explicar o êxito do EMDR.  Parece que todos nós estamos processando as experiências do dia durante as etapas do sono REM. Em situações normais, parece que o cérebro “revisa” as experiências do dia, processa  e arquiva as lembranças no seu enorme banco de dados cerebrais. No entanto, quando temos alguma experiência

traumática, parece que o cérebro não consegue processar o evento e o incidente fica no nosso cérebro como uma espécie de “nó neurológico”. É possível que os pesadelos sejam tentativas fracassadas do cérebro para processar as lembranças traumáticas.

Com o EMDR o cérebro recebe a ajuda necessária para processar o fato e arquivá-lo. Perde-se, assim, a carga negativa associada à situação, e muitas vezes se recupera as lembranças positivas vinculadas a isso e que antes não se podia perceber.

Muitas pessoas têm a sensação de que a lembrança agora está realmente no passado e que já não incomoda quando se recordam dela. Uma cliente disse, depois do processamento de uma experiência de abuso sexual: “dói, mas já não fere”. 

“Como ocorre uma sessão de EMDR?

A aplicação do EMDR é feita a partir da escolha de um problema específico a ser trabalhado. O cliente traz um tema perturbador, que pode ser a lembrança de um evento traumático ou um pensamento negativo, por exemplo. Procura manter em mente uma cena, um sentimento, um som, um pensamento e ainda as crenças negativas relacionados ao problema, enquanto o terapeuta conduz os movimentos bilaterais. 

Nosso cérebro possui recursos para realizar a cura de suas feridas emocionais, da mesma forma que nosso corpo cura nossas feridas físicas. O processo de EMDR direciona nosso cérebro para a cura. O processamento acelerado de informações propiciado pelo EMDR é feito de forma particular, ou seja, cada um irá processar suas associações, baseada em sua experiência pessoal e seus valores.

Os estímulos bilaterais são repetidos até que a lembrança seja menos perturbadora e possa ser associada a pensamentos e crenças pessoais mais positivas. 

É importante informar que o EMDR não é um tipo de hipnose e que a pessoa pode interromper os movimentos a qualquer momento. A Dra. Shapiro diz que “quando a informação é integrada de forma positiva e resolvida de forma adaptativa sempre estará disponível para ser usada no futuro. O EMDR não tira nada que o cliente precise e nem lhe dá amnésia”. (Parnell, 1997:72).

Um princípio fundamental da terapia com EMDR é que a saúde básica existe dentro de nós e o que o EMDR faz é tirar o bloqueio causado pelas imagens, crenças e sensações corporais negativas e permitir que o estado normal (de saúde) da pessoa surja (Parnell, 1997:72)

 Numa comunicação pública a Dra. Shapiro disse: “se o corpo humano tem a capacidade de se curar das feridas físicas com relativa rapidez, por que não a mente?”. 

O caráter de psicoterapia breve é mais uma das vantagens do método.

Terapeuta em EMDR Level II pelo EMDR Institute/EUA

Direitos Autorais deste texto – Dra. Sirley Santos Bittu.
O texto está registrado de acordo com a lei de Direitos autorais.

Sirley Bittu

Sirley Bittu

Psicóloga especialista clínica, supervisora e
facilitadora certificada pelo EMDR Institute.

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Sirley Bittu

Psicóloga especialista clínica
Supervisora e Facilitadora
certificada pelo EMDR
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